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A mostrar mensagens de dezembro, 2011

LÚCIO FETEIRA (A História Desconhecida – Das Origens à Glória Vol. I) de Miguel Carvalho (Quidnovi)

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"Nenhum homem é suficientemente rico para comprar o seu passado” Oscar Wilde Este livro é seguramente um caso muito especial. Para início de conversa e fornecendo a respectiva declaração de interesses, fica desde já registado que o Miguel Carvalho é um querido amigo meu em territórios que extravasam em muito o âmbito literário. É difícil, como sabem todos os que o conhecem, separar o Miguel daquilo que escreve. Sem puxar para aqui outros galões que não os da amizade (e o Miguel tem-nos como poucos) deixem-me dizer aquilo que já de outras obras dele me atinge naquilo que ele escreve. As palavras para descrever a obra de um amigo são de parto difícil, porque se há a tentação estúpida e inconsequente de sermos um juiz mais imparcial pela proximidade, há também um conhecimento mais próximo do autor que pode afectar pela confusão entre o que conhecemos do autor e do que ele reflecte na obra. Tudo isto é com o Miguel Carvalho um exercício de grande inutilidade, e felizmente pela

FERRUGEM AMERICANA de Philipp Meyer (Bertrand)

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"Não adianta discutir com o inevitável. O único argumento disponível contra o vento de leste é vestir o sobretudo” James Lowell Presente de aniversário de uns queridos amigos e amplamente recomendado, este “Ferrugem Americana” não oxida minimamente o leitor. É um grande romance, na melhor tradição americana. Sou insuspeitamente um admirador de Hemingway, de Faulkner, de Steinbeck e de outros que o século XX nos ofereceu como grandes pintores da paisagem americana. Este é um retrato de uma América profunda, de um cenário de devastação pós-industrial (tem muito daquilo que se ouve e lê nas musicas de Bruce Springsteen). É uma obra que desce à vida do americano médio numa cidade atacada pelos fumos da globalização, do desemprego colectivo, da desilusão em massa. De um presente que não oferece saída. É um romance que nos pinta um certo fim do sonho americano. Os escritores que mais aprecio são, na sua maioria, grandes construtores de personagens. Philipp Meyer é exímio nessa t